Licença paternidade
A licença paternidade estendida já é adotada por empresas, mas a baixa adesão preocupa especialistas do mercado de trabalho, que consideram a medida estratégica para resolver problemas estruturais na sociedade.
Uma pesquisa da FIA Employee Experience 2022 apontou que 22% das corporações consideradas Lugares Incríveis Para Trabalhar (LIPT) adotam licença paternidade superior a 20 dias.
O período é quatro vezes maior do que o obrigatório por lei.
Contudo, Lina Nakata, autora do estudo e especialista em gestão de pessoas e carreiras, ressalta que nem todos os homens querem aderir a essa licença, mesmo quando têm esse direito.
“Praticamente metade das mulheres são demitidas após retornarem da licença maternidade. Entendemos que homens podem ter esse mesmo comportamento por terem medo de perderem o seu espaço”, explica.
Anderson Sant’Anna, professor do Departamento de Administração e Recursos Humanos da Fundação Getulio Vargas (FGV) defende que os mesmos problemas percebidos na situação de mulheres precisam ser adiantados para a realidade dos homens.
“As empresas precisam se preparar para esse processo, para garantir que quem saia possa voltar na mesma posição e ainda tenha oportunidades de avançar na carreira”, explica.
Medidas para um futuro mais sustentável
Para Nakata, faltam medidas efetivas para consolidar a cultura de uma licença paternidade estendida. As empresas fazem parte da problemática, diz a especialista, já que não constroem ações visando o longo prazo.
“Elas priorizam ações mais assertivas”, afirma.
A autora ainda pontua que as mudanças devem partir dos empregadores, já que os funcionários podem demorar para entender o afastamento prolongado como algo positivo para as suas carreiras.
Fonte: CNN BRASIL
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